-J.W.Goethe-
Os meus encontros com a cor têm uma certa variedade.
O que eu gosto de apresentar são imagens que nasceram neste ano e no ano passado e ainda me acompanham hoje, ou seja, ainda estou a continuar e aprofundar estes temas.
Estas imagens – pintadas sobre papel com guache, tintas e crayons coloridos solúveis – nasceram na primavera na vastidão da paisagem pitoresca do Barlavento Algarvio, perto de Barão S. João. Os verdes saturados nos campos, o perfume das flores silvestres, a tranquilidade dos vales e colinas, sobreiros a dançar com o vento… Até o canto dos pássaros se encontra nas cores. Considero a natureza tanto a florescer como a murchar, esta transformação permanente também se manifesta quando eu pinto, quando eu faço as minhas caminhadas com as cores.
Estas imagens em tamanho postal são as minhas primeiras experiências com tinta de óleo iniciadas em Salema e aprofundadas no meu Atelier.
Desenvolveram-se brincando e através da alegria com as cores. Seguir o movimento da cor, escutar o som de cada cor, sentir a sua força e qualidade.
Que precisa a pintura, que companhia precisam as cores, que história têm para contar? As cores começam a encontrar-se e a conversar. E o observador é livre de encontrar a sua própria história.
Estas impressões delicadas mostram um trabalho artístico inspirado na qualidade fina e luzidia da cor das plantas. Pedaços de seda tingido à mão com cores de plantas e flores secas complementam as composições.
Adoro a harmonia e a beleza que estas cores naturais trazem: são leves e transparentes. Desaparecem e quase se desfazem... Nasceram e vivem com a luz do sol e oferecem- nos o seu calor e o seu brilho. Assim foi muito natural aparecerem anjos e outras criaturas.
Este conjunto de pinturas, a maior parte pintado a óleo, mostram a força deste momento quando o mar e a terra se encontram.
A minha procura de inspiração levou-me tantas vezes a estas praias maravilhosas e desertas, onde a cor do céu e o mar do Algarve se abraçam. Onde na contemplação da cor azul podemos facilmente nos esquecer, olhando para o ritmo do mar até ao vasto horizonte. E onde o mar leva-nos em profundidades desconhecidas...
Onde o rígido encontra o fluido... O duro, o macio…. Onde as rochas parecem os guardas sobre o mar...